MAL-ESTAR DOCENTE E SOFRIMENTO PSÍQUICO: PORTAS DE ENTRADA PARA O ADOECIMENTO
Resumo
No Brasil, o professor se encontra sob demandas pedagógicas e administrativas que, muitas vezes, exigem dele capacidade de supri-las sozinho. O sentimento de desamparo daí advindo pode se traduzir em mal-estar profissional e sofrimento psíquico — associáveis com patologias. Passíveis de prejudicar a qualidade da educação, esses fenômenos suscitaram o estudo aqui relatado, que problematiza tal temática entre 29 professores da educação básica de uma escola da rede municipal de Uberaba (mg). Propõe-se a entender a experiência do mal-estar docente e do sofrimento psíquico de professores. Assim, busca-se identificar as fontes destes fenômenos, presentes no contexto de atuação dos sujeitos desta pesquisa, a sintomatologia correspondente e os mecanismos de autorregulação ou de defesa adotados com vistas a enfrentar as adversidades ou se defender delas. A investigação é de abordagem qualitativa, na forma de um estudo de caso instrumental, utilizando entrevistas e questionários para a coleta de dados. O presente texto, à luz dos estudos de Esteve (1999) e Dejours (1992; 1993; 1994; 1996; 2001), articula dados teóricos e empíricos e apresenta uma leitura do sofrimento psíquico no trabalho. Dentre os resultados, identificaram-se os principais fatores desencadeantes do mal-estar docente, a frequência com que se vivencia esse fenômeno e as estratégias de defesa adotadas pelos sujeitos da pesquisa. Em conclusão, ressalta-se a importância de se promover a melhoria das condições de trabalho na docência, de forma a possibilitar um ambiente de trabalho mais favorável à saúde. Palavras-Chave: Trabalho docente. Mal-estar docente. Sofrimento psíquico. Estratégias de defesa.Downloads
Publicado
2013-10-22
Edição
Seção
GT2: Trabalho Docente