Ser Professor: uma (pre)ocupação legislativa?

Autores

  • Evangelina Bonifácio Instituto Politécnico de Bragança
  • Maria Lopes de Azevedo Instituto Superior de Ciências Educativas Douro

DOI:

https://doi.org/10.31496/rpd.v18i39.1193

Resumo

Os discursos, público e institucional, baseiam-se na urgente necessidade de valorização da profissão docente e na indispensabilidade de (re)pensar a formação docente bem como as condições de exercício da profissão exigindo professores altamente qualificados em todas as dimensões pessoais e humanas. Nesse sentido, o objetivo deste artigo centra-se na análise das recomendações produzidas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE-Portugal) sobre a condição docente e as políticas educativas, publicadas em dezembro de 2016 - Recomendação nº 1/2016, publicada no Diário da República, 2 ª Série, nº 241. Assim, partindo de uma metodologia qualitativa, procedemos a uma reflexão teórica alicerçada, sobretudo, numa análise interpretativa do documento referido, a qual reforçamos com segmentos de textos decorrentes de uma avaliação, solicitada a alunos de mestrado em educação, no final da realização de um estágio pedagógico. Globalmente sustentamos esta reflexão no ciclo de políticas de Mainardes (2006) procedendo à análise dos referidos discursos complementando, ainda, este exercício analítico com autores de referência e identificando os reptos que se colocam à profissão professor, admitindo a necessidade de uma formação sólida. Em termos de resultados ressalvamos que estão, ainda, a ser trabalhados, mas desde já é possível afirmar que a profissão tende a ser valorizada nos discursos e nos documentos oficiais. Relativamente aos alunos (futuros professores) identificaram, de viva voz, um conjunto de aspetos lacunares salientando-se o escasso tempo de formação em contexto escolar.

Biografia do Autor

Evangelina Bonifácio, Instituto Politécnico de Bragança

Pós-doutorada em Ciências da Educação pela Universidade de Salamanca, Doutorada em Teoria e História da Educação, pela Universidade de Salamanca, Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Portucalense - Porto, Docente no Departamento de Ciências da Educação e Supervisão na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Bragança.

Maria Lopes de Azevedo, Instituto Superior de Ciências Educativas Douro

Professora Coordenadora do Departamento de Educação do Instituto Superior de Ciências Educativas Douro, Portugal.

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Publicado

2018-12-21

Como Citar

Bonifácio, E., & Lopes de Azevedo, M. (2018). Ser Professor: uma (pre)ocupação legislativa?. Revista Profissão Docente, 18(39), 222–238. https://doi.org/10.31496/rpd.v18i39.1193

Edição

Seção

Artigos