O norte é o sulear: educação escolar quilombola, diálogos urgentes
DOI:
https://doi.org/10.31496/rpd.v18i39.1236Abstract
Esta pesquisa não finaliza as possibilidades acerca do tema educação escolar quilombola. Nela foi usado o termo cunhado por Freire (1992) “Sulear”, que sobre as teias de possibilidades sócio-histórico-culturais oferecidas pela educação brasileira, aponta a Educação Escolar Quilombola, como uma afroperspectiva sulear. Os saberes dos povos africanos e afro-brasileiros colaboram com a (re)significação das escolas brasileiras, com seu ensino, mas diferente do que está estabelecido pelas estruturas tradicionais (liberais, neoliberais). O Tema da educação escolar quilomba é muito apreciado e discutido nos encontros educacionais nacionais e internacionais. Essas ideias contaram com o aporte teórico em Freire (1992), Sousa Santos e Meneses (2009), Campos (2016) entre outros. A investigação cientifica foi de cunho bibliográfico e documental com dados coletados em fontes da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, Livros, Revistas Eletrônicas Teias, Scielo, dentre outras. Os resultados indicaram propostas suleares com novas ações educacionais, como é o caso da História da África e Afro-brasileira da educação básica ao ensino superior e que, desta forma, as Escolas Quilombolas têm possibilidades de adentrarem na sociedade e, juntos com as demandas sociais brasileiras, amplificarem e atribuírem modelos de gestão educacional respaldados e alicerçados nas temáticas das interculturalidades. Existem muitas pessoas que são historicamente marginalizadas, ou seja, são social, cultural, econômica e politicamente excluídas das escolas, como pessoas com deficiências, transgêneros, ciganos, homoafetivos, negros, quilombolas, refugiados, entre outros seres sociais brasileiros, que são partícipes da (re)significação da nação brasileira.References
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