Medicalização da produção da diferença e racismos em algumas práticas educativas pacificadoras

Autores

  • Flávia Cristina Silveira Lemos Professora adjunta III de Psicologia Social/UFPA. Docente no Programa de Pós-grad. de educação e no Programa de Pós-grad. em Psicologia/UFPA.
  • Franco Farias da Cruz Mestre em Psicologia/UFPA.
  • Giane Silva Souza Mestre em Psicologia/UFPA.

DOI:

https://doi.org/10.31496/rpd.v14i30.851

Resumo

Esse artigo aborda teoricamente a partir de autores como Michel Foucault, Robert Castel e Gilles Deleuze, mas sobretudo, por meio de Foucault as práticas educativas medicalizadas, na sociedade contemporânea que efetuam racismos no biopoder em nome da cultura de paz e da educação para paz e segurança. O texto ainda apresenta um conjunto de autores que possibilitam analisar a redução das diferenças em uma educação em direitos que forja consensos, mediados por utilitarismos, em uma política econômica em que o capital humano e social se tornaram ferramentas de controle dos corpos e lançam mão da gestão de risco/perigo para fazer valer uma logica racista biológica e cultural medicalizante e securitária da vida. Palavras-chave: Educação; Racismos; Medicalização; Formação; Diferença.  

Biografia do Autor

Flávia Cristina Silveira Lemos, Professora adjunta III de Psicologia Social/UFPA. Docente no Programa de Pós-grad. de educação e no Programa de Pós-grad. em Psicologia/UFPA.

Psicóloga/UNESP; Mestre em Psicologia Social/UNESP; Doutora em História/UNESP.

Franco Farias da Cruz, Mestre em Psicologia/UFPA.

Psicólogo/UNAMA; Mestre em Psicologia/UFPA.

Giane Silva Souza, Mestre em Psicologia/UFPA.

Psicóloga/UNAMA. Especialista em Terapia familiar. Mestre em Psicologia/UFPA.

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Publicado

2014-05-15

Como Citar

Lemos, F. C. S., Cruz, F. F. da, & Souza, G. S. (2014). Medicalização da produção da diferença e racismos em algumas práticas educativas pacificadoras. Revista Profissão Docente, 14(30), 7–20. https://doi.org/10.31496/rpd.v14i30.851

Edição

Seção

Artigos