Medicalização da produção da diferença e racismos em algumas práticas educativas pacificadoras
DOI:
https://doi.org/10.31496/rpd.v14i30.851Abstract
Esse artigo aborda teoricamente a partir de autores como Michel Foucault, Robert Castel e Gilles Deleuze, mas sobretudo, por meio de Foucault as práticas educativas medicalizadas, na sociedade contemporânea que efetuam racismos no biopoder em nome da cultura de paz e da educação para paz e segurança. O texto ainda apresenta um conjunto de autores que possibilitam analisar a redução das diferenças em uma educação em direitos que forja consensos, mediados por utilitarismos, em uma política econômica em que o capital humano e social se tornaram ferramentas de controle dos corpos e lançam mão da gestão de risco/perigo para fazer valer uma logica racista biológica e cultural medicalizante e securitária da vida.
Palavras-chave: Educação; Racismos; Medicalização; Formação; Diferença.
Downloads
References
ARMSTRONG, D. “Foucaut ant the sociology of health and illness: a prismatic reading”. Foucault: health and medicine. New York: Routledge, 1998.
AQUINO, J. G. Do cotidiano escolar: ensaios sobre a ética e seus avessos. São Paulo: Summus, 2000.
BADINTER, E. Um Amor Conquistado: o mito do amor materno. 10. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.
BOARINI, Maria Lucia. Apresentação. In: BOARINI, Maria Lucia. Higiene e Raça como projetos: higienismo e eugenismo no Brasil. Maringá: EDUEM, 2003.
BOARINI, M. L. Higienismo, eugenia e a naturalização do social. In: BOARINI, M. L. (orga.) Higiene e raça como projetos: higienismo e eugenismo no Brasil. Maringá: UEM, 2003.
BURKE, P. O que é história cultural? Rio de Janeiro: Zahar, 2008.
CANGUILHEM, G. O conhecimento da vida. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.
CAPONI, S. Da compaixão à solidariedade: uma genealogia da assistência médica. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2000.
CARDOSO JR., H.R. Tramas de clio: convivência entre filosofia e história. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 2001.
CHARTIER, R. A história e a leitura do tempo. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
CHAUÍ, M. Conformismo e resistência: aspectos da cultura popular no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1986.
COLLARES, C.A.L.; MOYSÉS, M.A.A.; RIBEIRO, M.C.F. (orgs.) Novas capturas, antigos diagnóstivos na era dos transtornos. São Paulo: Mercado das Letras, 2013.
COSTA, J. F. História da Psiquiatria no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Documentário, 1976.
______. Ordem Médica e Norma Familiar. Rio de Janeiro: Graal, 1989.
COSTA, J. F. A ética democrática e seus inimigos. In: RORTMAN, A. (org.) O desafio ético. Rio de Janeiro: Garamond, 2000.
DONZELOT, Jacques. A polícia das famílias. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
ENGEL, M. Psiquiatria e feminilidade. In: PRIORE, M. D. (org.) História das Mulheres no Brasil. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2002.
EWALD, François. (1993). Foucault, a norma e o direito. Lisboa:Vega.
FARGE, A. Lugares para a História. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.
FONSECA, M. A. da Michel Foucault e o Direito. São Paulo: Max Limonad, 2002.
FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1979.
_____. Um sistema finito diante de um questionamento infinito. In: MOTA, M. de B. (org.) Michel Foucault: ética, sexualidade, política. São Paulo: Forense Universitária, 2004, pp. 126-146.
_____. O poder psiquiátrico. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
_____. Nascimento da biopolítica. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
_____. Eu capto o intolerável. In: MOTA, M. de B. (org.) Michel Foucault: repensar a política. São Paulo: Forense Universitária, 2010, pp. 31-33.
FOUCAULT, M. A ordem do discurso. São Paulo: Loyola, 2004.
______. Arqueologia do saber. São Paulo: Forense Universitária, 2009.
LEMOS, F. C. S. “História, cultura e subjetividade: problematizações”. Revista do Departamento de Psicologia da UFF. Vol. 19.1, 2007.
MACHADO, R. Danação da norma: a medicina social e a constituição da psiquiatria no
Brasil. Rio de Janeiro: Graal, 1978.
MACHADO, A. M. Avaliação e fracasso: a produção coletiva da queixa escolar. In: AQUINO, J. G. (org.) Erro e fracasso escolar na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus, 1997.
MACHADO, R. Ciência e Saber: a trajetória da arqueologia de Michel Foucault. 2. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1988.
MAI, L. D. “Difusão dos ideários higienista e eugenista no Brasil”. In: BOARINI, M. L. (org.) Higiene e raça como projetos: higienismo e eugenismo no Brasil. Maringá: EDUEM, 2003.
NASCIMENTO, L.; CUNHA, F. L. da, VICENTE, L. M. D. A desqualificação da família pobre como prática de criminalização da pobreza. Revista Psicologia Política. Vol. 7, N. 14, 2007.
NICOLACI-DA-COSTA, A. M. Sujeito e cotidiano: um estudo da dimensão psicológica do social. Rio de Janeiro: Campus, 1987.
PATTO, M. H. S. A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.
PETERSEN, A. “Risk, governance and the new to become healthy, ealthy and wise”. Foucault: health and medicine. New York: Routledge, 1998.
RAUTER, C. Criminologia e subjetividade no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Carioca de Criminologia/Revan, 2003.
RIBEIRO, P. R. M. “A criança brasileira nas primeiras décadas do século XX: a ação da higiene mental na psiquiatria, na psicologia e na educação” In: BOARINI, M. L. (org.) Higiene e raça como projetos: higienismo e eugenismo no Brasil. Maringá: EDUEM, 2003.
ROSEMBERG, F. “Crianças pobres e famílias em risco: as armadilhas de um discurso”. In: Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano. São Paulo, IV (1), 28-33, 1994.
SOUZA, M. R. P. de; MACHADO, A.M. (orgas.). Psicologia escolar: em busca de novos rumos. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.
TURNER, B. S. “From governmenaity to risk: some reflecctios on Foucault’s contribution to medical sociology.”. In: Foucault: health and medicine. New York: Routledge, 1998.
TYLER, D. “Foucault na the medicalisation critique”. In: Foucault: health and medicine. New York: Routledge, 1998.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Submitted texts approved by the Editorial Board of Revista Profissão Docente will be published, and their authors may use them for future publications, provided that the original edition is properly cited (title, Revista Profissão Docente, volume, issue, year of publication, and page numbers of the referenced text). All articles published in this journal are the sole responsibility of their authors. Revista Profissão Docente and Universidade de Uberaba assume no legal responsibility for their content.