A escola da mestra Silvina (Cora Coralina) e a formação dos corpos “dóceis”

Autores

  • Elia Cristina Alves dos Santos Instituto Federal, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) - Campus Uberaba.
  • Luísa Helena Silva e Alves Instituto Federal, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) - Campus Uberaba
  • Geraldo Gonçalves de Lima Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) – Campus Uberaba

DOI:

https://doi.org/10.31496/rpd.v19i41.1292

Resumo

O presente artigo tem como objetivo refletir sobre a sociedade disciplinar e como a instituição escolar contribui para a formação de corpos “dóceis”. Para isso, utiliza-se como corpus o poema A escola da mestra Silvina de Cora Coralina (2014) e como aporte teórico as reflexões desenvolvidas por Michel Foucault (2014). A pesquisa tem natureza investigativa e qualitativa, sendo desenvolvida a partir de cunho bibliográfico, compreendendo a literatura como elemento constitutivo da cultura e reflexo das concepções disciplinadoras, típicas da sociedade contemporânea. Logo, a docilização dos corpos é perceptível por meio do controle de movimentos em conformidade às regras, no tempo e no espaço. A professora é detentora do poder, enquanto os alunos são seres passivos. Logo, a escola contribui para a formação de corpos ‘dóceis’, atendendo, assim, aos anseios da sociedade disciplinar, habilitando o indivíduo para a produção eficiente, a submissão e a obediência às regras.

Biografia do Autor

Elia Cristina Alves dos Santos, Instituto Federal, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) - Campus Uberaba.

Especialista em Docência do Ensino Superior pelo Faculdades Integradas de Jacarepaguá, cursando Mestrado Profissional em Educação Tecnológica pelo Instituto Federal, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro - IFTM. É técnica em assuntos educacionais do Instituto Federal do Triângulo Mineiro.

Luísa Helena Silva e Alves, Instituto Federal, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) - Campus Uberaba

Especialista em Planejamento, Implantação e Gestão de Educação à Distância pela Universidade Federal Fluminense, em Pedagogia Empresarial e Complementação Pedagógica e em Docência do Ensino Superior pela Universidade Cândido Mendes. Cursa Mestrado Profissional em Educação Tecnológica pelo Instituto Federal, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – IFTM. É administradora na Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM.

Geraldo Gonçalves de Lima, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) – Campus Uberaba

Pós-Doutor em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) – Campus Uberaba, sendo parte do corpo docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação Tecnológica.

Referências

BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 2003.

BRITTO, Carvalho Clóvis. “Sou paranaíbapra cá”: literatura e sociedade em Cora Coralina. 2006. 189f. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2006. Disponível em: https://pos-sociologia.cienciassociais.ufg.br/up/109/o/CLOVIS.pdf. Acesso em: 08 jan. 2018.

BUENO, Silveira. Minidicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: FTD, 2000.

CHEVALIER, Jean ; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de símbolos: mitos, sonhos, costumes, gestos, formas, figuras, cores, números. Traduçao de Vera da Costa e Silva. Rio de Janeiro: José Olympio, 2015.

CORALINA, Cora. Poema dos becos de Goiás e estórias mais. 23ª ed. São Paulo: Global, 2014.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 42. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 41ª reimpressão. São Paulo: Paz e Terra, 2010.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 59ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015.

PERES, Eliane Teresinha; BORGES, Francieli. Relações entre história e literatura: a obra de Cora Coralina e as questões do ensino e dos processos de escolarização no final do século XIX e início do século XX. Rev. Bras. Hist. Educ., Maringá-PR, v. 15, n. 2 (38), p. 23-53, maio/ago, 2015. Disponível em: http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/rbhe/article/view/38923/pdf_66. Acesso em: 10 jan. 2018.

SCHAFFRATH, Marlene dos Anjos Silva. Escola normal no Brasil. In: LOMBARDI, José Claudinei; SAVIANI, Dermeval; NASCIMENTO, Maria Isabel M. (Orgs.). Navegando pela história da educação brasileira. Campinas, SP: HISTEDBR, 2006.

SOUZA, Emilia Helena. A língua e a escola na Bahia no século XIX: um olhar sobre materiais didáticos. In: LOBO, Tânia et al. Rosae: linguística histórica, história das línguas e outras histórias [online]. Salvador: EDUFBA, 2012, pp. 647-666. Disponível em: http://books.scielo.org/id/67y3k/pdf/lobo-9788523212308-46.pdf. Acesso em: 10 jan. 2018.

YOKOZAWA, Solange Fiuza Cardoso. Atualizações do ubi sunt? em Cora Coralina. Linguagem – Estudos e Pesquisas, Catalão, vols. 10-11, 2007. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/lep/article/view/32535/17303. Acesso em: 19 jan. 2018.

Downloads

Publicado

2019-11-19

Como Citar

SANTOS, E. C. A. dos; ALVES, L. H. S. e; LIMA, G. G. de. A escola da mestra Silvina (Cora Coralina) e a formação dos corpos “dóceis”. Revista Profissão Docente, [S. l.], v. 19, n. 41, p. 1–17, 2019. DOI: 10.31496/rpd.v19i41.1292. Disponível em: https://revistas.uniube.br/index.php/rpd/article/view/1292. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos