Formação continuada na educação infantil sob as narrativas dos professores
DOI:
https://doi.org/10.31496/rpd.v24i49.1618Palavras-chave:
formação continuada de professores, Educação Infantil, formação em serviçoResumo
Analisa as narrativas dos professores acerca dos percursos de formação continuada na Educação Infantil, tomando o trabalho com as crianças como potencializador dos percursos formativos, perpassado pela retroalimentação entre formação continuada e coletividade de professores e a relação entre formação continuada em serviço na educação infantil. Questiona a produção e a oferta de formação continuada aos professores de educação infantil por meio de entrevista narrativa (Jovchelovitch; Bauer, 2015) realizada com 13 docentes (professores, pedagoga e diretora) atuantes nessa etapa da educação básica num Centro Municipal de Educação Infantil. Se embasa nas concepções de formação profissionalidade-pessoalidade de Nóvoa (2002; 2013), articulada à perspectiva de Benjamin (2013) que pensa a experiência pela coletividade e na relação com o pensamento de Certeau (2005; 2015) ao demarcar conceitos como espaço e lugar. Foram produzidas as categorias: i) Formação continuada como movimento que articula profissionais entre si; ii) a relação com as crianças como potencializadora dos percursos formativos continuados; iii) retroalimentação entre formação continuada e coletividade de professores; iv) a relação entre formação continuada e o espaço/tempo no Centro Municipal de Educação Infantil. As narrativas revelaram a importância da formação em serviço; o papel fundamental das crianças do desenvolvimento da profissionalidade do professor; a força da formação como processo coletivo; a necessidade de articulação entre unidades de ensino para partilha de experiências; a fragilidade da formação centralizada ofertada pela Secretaria de Educação por desconsiderar as necessidades dos professores e da escola como matéria para a formação.Referências
BENJAMIN, W. Livros infantis antigos e esquecidos. In: Walter Benjamin: Magia e técnica, arte e política. Ensaios sobre literatura e história da cultura. Obras escolhidas. 8. ed. São Paulo: Brasiliense, 2012. v. 1. p. 254-262.
BITENCOURT, Juverci Fonseca. A formação continuada de professores na educação infantil: diálogos entre a produção acadêmico-científica e a pesquisa-formação. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2017. Disponível em: https://educacao.ufes.br/pt-br/pos-graduacao/PPGE/detalhes-da-tese?id=11235. Acesso em: 9 out. 2024.
BRASIL. Lei nº 9394/96. Diretrizes e Bases da educação Nacional. Congresso Nacional. Câmara dos deputados. Brasília: Ministério da Educação, 1996. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf. Acesso em: 2 set. 2023.
BRASIL. MEC/CNE/CP. Resolução nº 1 do CNE/CP/2002. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília: Ministério da Educação, 2002. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_02.pdf. Acesso em: 2 set. 2023.
BRASIL. Lei nº 11738/08. Dispõe sobre o piso salarial do magistério. Brasília: Ministério da Educação, 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11738.htm. Acesso em: 2 set. 2023.
BRASIL. MEC. CNE/CEB. Parecer 18. Reexame do Parecer nº 9/2012. Brasília: Ministério da Educação, 2012. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=%20download&alias=11795-pceb018-12&category_slug=setembro-2012-%20df&Itemid=30192. Acesso em: 2 set. 2023.
BRASIL. MEC. CNE/CEB. Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: Ministério da Educação, 2012. Disponível em: https://normativasconselhos.mec.gov.br/normativa/view/ CNE_RES_CNECEBN52009.pdf?query=FAM%C3%8DLIA. Acesso em: 2 set. 2023.
GOMES, M. O. Formação de professores na Educação Infantil. Série Educação Infantil. São Paulo: Cortêz, 2013.
CERTEAU, M. A invenção do cotidiano: 1. Artes de fazer. 11. ed. Tradução Ephraim Ferreira Alves. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.
CERTEAU, M. A escrita da história. 3. ed. Tradução de Maria de Lourdes Menezes. RJ: Forense, 2015.
CÔCO, V. A configuração do trabalho docente na educação infantil. Espírito Santo: Ufes, 2010. p. 1-14. Disponível em: https://silo.tips/download/a-configuraao-do-trabalho-docente-na-educaao-infantil. Acesso em: 2 fev. 2023.
CÔCO, V.; VENTORIM, S.; ALVES, K. K. Políticas públicas de formação continuada na educação infantil. Linguagens, Educação e Sociedade, Revista do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFPI, Teresina, v. 20, n. 32, jan./jun., 2015.
JOVCHELOVICH, S.; BAUER, M. W. Entrevista narrativa. In: Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um manual prático. Trad. Pedrinho A. Guaresch. 13. ed. Petrópolis, RJ: vozes, 2015.
LAVILHE, C.; DIONNE, J. A construção do saber: manual da pesquisa em ciências humanas. Adaptação da obra: Lana Mara Siman. Trad. Heloísa Monteiro e Francisco Settineri. Porto Alegre: Artes Médicas Sul; Belo Horizonte: UFMG, 1999.
MALHEIROS, B. T. Metodologia da pesquisa em educação. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
NÓVOA, A. Formação de professores e o trabalho pedagógico. Lisboa: Educa, 2002.
NÓVOA, A. Nada substitui um bom professor: propostas para uma revolução no campo da formação de professores. In: Por uma política nacional de formação de professores. Bernardete Angelina Gatti et al. (org.). Unesp: São Paulo, 2013.
NÓVOA, A. Escolas e professores: proteger, transformar e valorizar. Colaboração de Yara Alvin. Salvador: SRC/YAT, 2022.
RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. Colaboradores José Augusto de Souza Peres et al. São Paulo: Atlas, 2012.
NUNES, M. F. R.; CORSINO, P.; KRAMER S. Educação infantil e políticas municipais: um estudo longitudinal. Cadernos de Pesquisa, v. 43 n. 148 p. 152-175 jan./abr. 2013. Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.br/cp/article/view/254. Acesso em: 2 set. 2023.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os textos submetidos e aprovados pelo Conselho Editorial da Revista Profissão Docente serão publicados, e seus autores poderão dispor deles para posteriores publicações, sempre fazendo constar a edição original (título, Revista Profissão Docente, volume, número, ano de publicação e paginação do texto referido). Todos os artigos dessa Revista são de inteira responsabilidade de seus autores, não cabendo qualquer responsabilidade legal sobre seu conteúdo à Revista ou à Universidade de Uberaba.