Constitucionalidade da hora-atividade e suas contribuições para a formação continuada dos(as) professores(as)

Autores

  • Silvia Zimmermann Pereira Guesser UFSC
  • Marcia de Souza Hobold Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

DOI:

https://doi.org/10.31496/rpd.v22i47.1484

Palavras-chave:

Hora-atividade, Trab, Formação continuada, Anos iniciais do ensino fundamental

Resumo

Este artigo tem como objetivo investigar o que realizam os(as) professores(as) na hora-atividade, bem como suas necessidades formativas. Participaram da pesquisa 15 professores(as) dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental de uma Rede Municipal de Educação da Região de Florianópolis. O processo metodológico da pesquisa foi delineado em um percurso investigativo de abordagem qualitativa e se utilizou da análise de conteúdo para analisar os dados dos questionários. Dessa forma, para constituir esta pesquisa, três procedimentos foram centrais: análise documental, pesquisa bibliográfica e aplicação de questionário aos(às) professores(as). Os resultados mostram que a estrutura organizacional dessa Rede não confere aos(às) professores(as) a liberdade de escolha para realizar a hora-atividade fora do espaço escolar, mas não só isso, evidenciam também um condicionamento de adaptação e conformismo por parte dos(as) docentes. Desse modo, torna-se emergente oportunizar e desenvolver nos(nas) professores(as) a participação crítica da realidade, a fim de que possam transformá-la, e não apenas integrá-la e/ou naturalizá-la.

Biografia do Autor

Silvia Zimmermann Pereira Guesser, UFSC

Mestra em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas: Formação de Professores e Práticas de Ensino - FOPPE-UFSC, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGE/UFSC). Integrante da pesquisa interinstitucional, vinculada ao Edital UNIVERSAL 2018 do CNPq, intitulada “Pesquisa Com Professores Iniciantes: um estudo sobre Indução Profissional”, realizada pela UFRJ, UFSC e UECE. Possui graduação em Pedagogia pela Universidade do Vale do Itajaí. Professora alfabetizadora nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, com estabilidade (efetiva) na Rede Municipal de Educação do Município de Antônio Carlos - SC.

Marcia de Souza Hobold, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Doutora em Educação pela PUC SP. Realizou o Estágio de pós-doutoramento, com bolsa PDJ do CNPq (2013-2015). Cursou a Graduação em Pedagogia (licenciatura) e em Psicologia (bacharelado e licenciatura). Atualmente é Professora de Didática do Departamento de Metodologia de Ensino e Professora Permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação (em que leciona a disciplina de Formação de Professores), pertencentes ao Centro de Ciências da Educação, CED/UFSC. Orienta estudantes de doutorado, mestrado, graduação e iniciação científica e supervisiona pós-doutoramento. Trabalhou por dezoito anos no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, exercendo as funções de Professora, Orientadora Educacional e Coordenadora Pedagógica. Foi professora da Universidade da Região de Joinville (2008-2017), no Departamento de Psicologia e no Programa de Mestrado em Educação e, nesta universidade, coordenou o Programa de Mestrado em Educação, por quatro anos (2013 a 2016) e, mais dois anos, como vice-coordenadora (2011-2012). No Programa de Mestrado em Educação lecionou as disciplinas obrigatórias da linha de pesquisa Trabalho e Formação Docente. Foi Membro do Comitê de Ética de Pesquisa com Seres Humanos entre os anos de 2009-2012. Entre 2005 e 2019, foi pesquisadora do Núcleo de Pesquisa sobre o Desenvolvimento Profissional dos Professores do Programa de Educação - Psicologia da Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC SP. Desenvolve pesquisas sobre a formação de professores (inicial e continuada), Didática (práticas de ensino), condições de trabalho e início do trabalho docente. Pesquisadora de projeto financiado pelo CNPq (Edital Universal 2018): ?Pesquisa COM Professores Iniciantes: Um estudo sobre indução profissional?, iniciativa interinstitucional (URFJ, UFSC e UECE). Membro da Comissão de Avaliação dos Projetos de PIBIC CNPq do CED/UFSC. Presidenta do Comitê Gestor do Fórum das Licenciaturas da UFSC (gestão 2021-2023). Membro do Conselho Editorial da ?Formação Docente? ? Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de Professores (ANPEd - GT 08/Editora Autêntica), Educação & Educação (UECE) e da Revista Epistemologia e Práxis Educativa (EPEDuc), da UFPI. É líder do Grupo de Estudos e Pesquisa: Formação de Professores e Práticas de Ensino - FOPPE, da UFSC. Membro do Grupo de Pesquisa Educação, Cultura Escolar e Sociedade (EDUCAS), da UECE. Integra a Rede Interinstitucional de Pesquisas sobre a Formação e as Práticas Docentes (RIPEFOR) e a Rede de Estudos sobre Desenvolvimento Profissional Docente (REPED). Membro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (ANFOPE) e da Associação Nacional de Didática e Prática de Ensino (ANDIPE). Coordenadora do GT 8 - Formação de Professores da ANPEd, entre os anos de 2018-2019 e, vice-coordenadora, entre 2017-2018. Vice-Presidente da Região Sul da ANFOPE (gestão 2021-2023).

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Publicado

2024-07-05

Como Citar

GUESSER, S. Z. P.; DE SOUZA HOBOLD, M. Constitucionalidade da hora-atividade e suas contribuições para a formação continuada dos(as) professores(as). Revista Profissão Docente, [S. l.], v. 22, n. 47, p. 01–25, 2024. DOI: 10.31496/rpd.v22i47.1484. Disponível em: https://revistas.uniube.br/index.php/rpd/article/view/1484. Acesso em: 4 dez. 2024.