A precarização do trabalho docente: trajetórias de lutas e resistências do magistério carioca

Autores

  • Vinicius Kapicius Plessim Colégio e Curso Companhia – CCC, Brasil / Centro Educacional Jardim Metrópole – CEJM, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.31496/rpd.v24i49.1557

Palavras-chave:

precarização, profissão docente, desigualdade, escola, resistência

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar a precarização do trabalho docente, a partir das vivências de doze professoras que lecionam ou exerceram atividades na Escola Municipal Expedicionário Aquino de Araújo. A partir das entrevistas, as depoentes nos deflagram a constituição de uma profissão marcada pela insalubridade, à falta de infraestrutura material e simbólica, num ambiente de trabalho fadado à hostilidade de seu público. Como hipótese, acreditamos que esse corpo docente, atualmente, encontra-se desestimulado em desempenhar suas funções justamente pelas condições de seu campo de ofício. Acreditamos que este trabalho possa suscitar novas reflexões quanto à carreira docente e estimular professores a refletirem sobre as ações pedagógicas e formativas na escola, bem como exercer o seu poder de fala que luta e resiste neste cotidiano, além de reinventar todos os dias para que a sua careira não seja meramente solitária.

Biografia do Autor

Vinicius Kapicius Plessim, Colégio e Curso Companhia – CCC, Brasil / Centro Educacional Jardim Metrópole – CEJM, Brasil

Doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (FEUSP), na área de cultura, filosofia e história da educação, mestre pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro/ Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (UERJ/FEBF) e graduado em História, pela Universidade do Grande Rio.

Referências

ABRAMOVAY, M. (coord.). Cotidiano das escolas: entre violências. Brasília: UNESCO, Observatório de Violência, Ministério da Educação, 2005.

AQUINO, J. G. da. (Contra) normatividade do cotidiano escolar: problematizando discursos sobre a indisciplina discente. Cadernos de pesquisa, v. 41, n. 143, maio /ago., 2011.

BOURDIEU, Pierre. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Campinas: Papirus, 2011.

BOURDIEU, P.; PASSERON, J. C. A reprodução: elementos para uma teoria de ensino. Petrópolis: Vozes, 2014.

BOURDIEU, P.; SAINT-MARTIN, M. As categorias do juízo professoral. In: CATANI, A.; NOGUEIRA, M. A. (org.). Escritos de educação. Petrópolis: Vozes, 2015, p. 185-216.

CANDAU, V. Escola e violência. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 1999.

CARDIA, N. A violência urbana e a escola. Contemporaneidade e Educação. Rio de Janeiro: IEC, ano II, n. 2, 1997.

CERTEAU, M. A invenção do cotidiano: 2. morar, cozinhar. Petrópolis: Vozes, 2013.

CHARLOT, B. A violência na escola: como os sociólogos franceses abordam essa questão. Sociologias, Porto Alegre, ano 4, n. 8, p. 432-443, jul/dez 2002.

COSTA, E. H. de C. A trama da violência na escola. 1993. 253f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Instituto de Estudos Avançados em Educação da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 1993.

COSTA, M. R. Os carecas do subúrbio: caminhos de um nomadismo moderno. Rio de Janeiro: Vozes,1993.

CRUZ, R. M.; LEMOS, J. C. Atividade docente, condições de trabalho e processos de saúde. Motrivivência. Florianópolis, n. 24, p. 59-80, 2005.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 2014.

GUIMARÃES, Á. M. Escola e violência: relações entre vigilância, punição e depredação escolar. 1984. 183f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação da PUC de Campinas, Campinas, 1984.

GUIMARÃES, Á. M. A depredação escolar e a dinâmica da violência. 1990. 471f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação da UNCAMP, Campinas, 1984.

GUIMARÃES, M. E. Escola, galeras e narco tráfico.1995. 205. Tese (Doutorado em Educação) – PUC do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1995.

JULIA, D. A cultura escolar como objeto histórico. Revista Brasileira de história da educação, São Paulo, n. 1, p. 9-43, 2001.

LIMA, A. L. G. A “Criança – Problema” e o governo da família. Estilos da Clínica, v. 11, n. 21, p. 126-149, 2006.

NOVOA, A. Para o estudo sócio-histórico da gênese e desenvolvimento da profissão docente. Teoria e educação, v. 4, p. 109-139, 1991.

PAIM, I. de M. As representações e a prática da violência no espaço escolar. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 1997.

POLONIA, A. da C.; DESSEN, M. A. Em busca de uma compreensão das relações entre família e escola. Psicologia Escolar e Educacional (Impr.), Campinas, v. 9, n. 2, p. 303-312, dez. 2005.

PRIOTTO, E.; BONETI, L. W. Violência escolar: na escola, da escola e contra a escola. Diálogo Educ., Curitiba, v. 9, n. 26, p. 161-179, 2009.

PROFESSOR É ENCONTRADO MORTO EM DUQUE DE CAXIAS. Diário do grande ABC, versão online, 2002. Disponível em: http/dgabc.com.br/noticia/333379/professor-e-encontrado-morto-em-duque-de-caxias-rj. Acesso em: 15 fev. 2022.

RODRIGUES, A. S. Aqui não há violência: a escola silenciada (um estudo etnográfico). 1994. 91f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1994.

SAMPAIO, M. das M. F.; MARIN, A. J. Precarização do trabalho docente e seus efeitos sobre as práticas curriculares. Educ. Soc., Campinas, v. 25, n. 89, p. 1203-1225, 2004.

SILVA, J. O. da; RISTUM, Marilena. A violência escolar no contexto de privação de liberdade. Psicologia, ciência e profissão, v. 30, n. 2, p. 232-247, 2010.

SPOSITO, M. P. Um breve balanço da pesquisa sobre violência escolar no Brasil. Educação e Pesquisa, v. 27, n. 1, p. 87-103, 2001.

TARDIF, M.; L., C. O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas. Petrópolis: Vozes, 2014.

Downloads

Publicado

2024-07-08

Como Citar

PLESSIM, V. K. . A precarização do trabalho docente: trajetórias de lutas e resistências do magistério carioca . Revista Profissão Docente, [S. l.], v. 24, n. 49, p. 1–29, 2024. DOI: 10.31496/rpd.v24i49.1557. Disponível em: https://revistas.uniube.br/index.php/rpd/article/view/1557. Acesso em: 21 nov. 2024.